Apesar da afinidade com o ramo têxtil, Gaiofato e Galvão procura trabalhar com empresas de médio porte em vários setores. Plano de retenção de talentos é outro pilar da expansão da banca
São Paulo – A receita de crescimento sustentável do escritório Gaiofato e Galvão Advogados Associados é firmada em dois pilares: uma carteira de clientes pulverizada, para diminuir os riscos do negócio, e uma política firme de retenção de talentos.
Apesar de entender que a banca tem vocação para atender a cadeia da moda, área apelidada de fashion law, e que hoje gera cerca de 40% do faturamento do escritório, o sócio Alexandre Gaiofato explica que a diversificação dos clientes é positiva.
“Nós conseguimos atingir o que julgo ser ideal para todo escritório, que é atender vários setores e ter uma concentração pequena de nossa receita na mão de cada cliente”, afirma. Segundo Gaiofato, o maior cliente do escritório não detém mais que 20% do faturamento da banca.
Outro ponto positivo para a diversificação dos clientes é que o principal ramo atendido pela banca, o das confecções paulistas, vive desde 2010 uma profunda crise. O advogado afirma que nesses últimos cinco anos a produção têxtil brasileira caiu pela metade, e que os grandes magazines começaram a comprar fora do País.
Na advocacia, ele afirma que o impacto não foi tão severo já que o escritório também passou a atender clientes internacionais, principalmente os que procuram combater a pirataria. “Apesar da queda na produção interna, a demanda na área de propriedade intelectual aumentou”, afirma ele.
Mas com a escalada recente do dólar, Gaiofato explica que o cenário muda mais uma vez. Na visão dele, as confecções voltaram a ter preços competitivos e muitas não estão conseguindo dar conta da demanda. Contudo, diante da instabilidade da economia, os empresários também não se sentem confortáveis em investir.
“O empresário não sabe se vale a pena investir numa máquina, se daqui dois anos tudo pode parar mais uma vez”.
Além da área de propriedade intelectual, o escritório também atua nos ramos tributário, trabalhista, societário, contencioso cível, do consumidor e na área criminal empresarial. Gaiofato explica que o objetivo da banca é atuar na parte consultiva, principalmente para empresas familiares, de médio porte.
“Nos posicionamos como uma boutique. Não pegamos processos em massa, pelo contrário, atuamos mais em casos especializados”, afirma ele. Mais do que participar dos processos judiciais em si, que em muitos casos se formam só depois que o problema já aconteceu, Gaiofato reforça que o ideal é que o advogado participe da tomada de decisão. “Se evitamos a criação do passivo, é aí que o advogado é mais barato e mais eficiente”.
Talentos
Mesmo com a equipe relativamente enxuta, de 15 advogados, Gaiofato conta que desde cedo tem sido necessário criar política de retenção de talentos. “Isso é uma consequência do mercado de advocacia. Notei que se não tivesse uma forma de trazer o advogado como parceiro, com perspectiva de crescimento, não iria conseguir reter os melhores talentos”, explica o sócio-fundador.
São várias medidas: plano de carreira, intercâmbio, aula de inglês, bolsa parcial para graduação, pós-graduação e mestrado, entre outras. Apesar de o escritório ter sido fundado em 2003, Gaiofato diz que as medidas deram resultado e que o escritório já está com alguns advogados há dez anos, entre eles o sócio Ronaldo Galvão e o coordenador da área trabalhista, Fábio Christófaro. “O escritório tem o objetivo de ser o melhor para se trabalhar em São Paulo”, diz Gaiofato.
Roberto Dumke